segunda-feira, 3 de abril de 2017

22 Leis do Marketing

Abaixo apresentamos um substrato do aclamado livo "As 22 Leis Consagradas do Marketing" dos autores Al Ries, Jack Trout, onde eles apresentam regras definidas e consagradas que governam o mundo do marketing.

1 – Liderança
O marketing é uma batalha de percepções, não de produtos. As pessoas percebem o primeiro produto a penetrar-lhes na mente como sendo superior. Daí a necessidade e importância de se lançar primeiro em um mercado. Estes produtos, geralmente se tornam genéricos (nome da marca passa a ser usado para o produto) e lideres de mercado. Exemplos são: Coca-Cola, Tylenol, Xerox, Gilete, etc.

2 – Lei da Categoria
Caso um produto não tenha chegado primeiro na mente do consumidor, é necessário descobrir/criar alguma nova categoria em que ele possa se encaixar e ser o primeiro. A maioria das pessoas se interessa pelo que é novo e não pelo que é melhor. Um exemplo de empresa que criou uma nova categoria de produto é o da DEC, que se encaixou como sendo a primeira empresa em minicomputadores. Ela se tornou líder neste segmento, e não enfrentou diretamente a IBM, que é a primeira empresa no segmento de computadores.

3 – Lei da Mente
É importante ressaltar de que nada adiante ser o primeiro a se lançar no mercado, se não for o primeiro a chegar na mente do consumidor. O pioneirismo no mercado é importante, pois permite chegar à mente primeiro, e para isto é necessário desenvolver ações de marketing para posicionar a empresa na mente das pessoas. Depois que a pessoa teve uma certa percepção é quase impossível faze-la mudar de ideia, pois aquele conceito é arquivado no cérebro.

4 – Lei da Percepção
No mundo do marketing não existem melhores produtos, tudo o que existe são percepções passadas para as mentes dos clientes. A percepção é a realidade, e o marketing é a manipulação destas percepções. A percepção que existe na mente da cada individuo é geralmente interpretada como verdade universal. A maioria dos produtos com a mesma qualidade, estilo, preços, etc, não obtém o mesmo resultado em diferentes mercados consumidores devido a percepção em que é dada ao produto nestes diversos mercados. Um exemplo é a Honda (automóveis), que é líder nos EUA, e no Japão ela está em terceiro lugar.

5 – Lei do Foco
É preciso representar por meio de uma simples palavra, de fácil memorização, algum benefício, serviço, venda ou público, que a marca passe para seus clientes. Esta palavra vai ser o foco da empresa e o elo que a liga com o cliente. É necessário restringir o foco para que a empresa não perca o rumo dos negócios. Podemos citar a Atari, que tinha como foco videogames, e quando ela quis incorporar o significado Atari com computador, perdeu a direção e não conseguiu mais se recuperar.

6 – Lei da Exclusividade
Varias empresas conseguem colocar alguma palavra na mente do consumidor, que tornará um significado para a marca. Depois que as pessoas adotarem e perceberem esta palavra como significado, de nada adiantará empresas concorrentes tentarem utilizar o mesmo conceito. De fato, o que irá ocorrer é reforçar a posição da empresa, o que dará mais importância ao conceito da empresa que criou. Um fato real na lei da exclusividade é da rede Burger King, que realizou uma pesquisa e detectou que as pessoas valorizavam a rapidez. Daí ela focou como sendo A melhor comida para as ocasiões rápidas. Porém a pesquisa menosprezou o fato de a Mc Donald’s ser percebida como a rede de hambúrgueres mais rápida, e com isto a Burger King teve grandes dificuldades no mercado.

7 – Lei da Escada
Toda pessoa cria uma escada imaginária em ordem decrescente de afinidade quanto a determinados produtos ou serviços. Para uma categoria de alto interesse geralmente o número de degraus é sete, e para categoria de baixo interesse o numero de degrau é no máximo duas ou três marcas. Não adianta o marketeiro tentar contrariar a ordem dos produtos nas escadas estabelecidas para os clientes, que eles não aceitarão. Um exemplo disto é a marca RCA, que entrou no ramo de computadores dizendo que eles eram melhores que os da IBM. De fato quanto à qualidade técnica eles realmente eram, mas o consumidor não aceitava, já fazia a associação de que a IBM tem 70% do mercado de computadores e conseqüentemente deve ter o melhor produto.

8 – Lei da Dualidade
Na maioria das vezes apenas duas marcas são focadas como referencia. Isto se da devido à competição e faz com que elas cresçam no mercado. A tendência é a segunda colocada chegar mais perto da líder, e as demais perderem cada vez mais mercado. A longo prazo o marketing se torna uma corrida de dois participante. Um exemplo disto ocorreu no segmento de refrigerantes cola, em que em 1960 a Coca-Cola detinha 60% do mercado, a Pepsi 25% e a Royal Crown Cola detinha 6%. Vinte e dois anos depois a líder Coca-Cola caiu para 50%, a Pepsi foi para 40% e a Royal Crown Cola caiu para 2%.

9 – Lei do Oposto
Onde quer que o líder seja forte, alguém com pretensões ao segundo lugar tem grandes possibilidades de vira a mesa. É preciso descobrir a essência do líder, e então apresentar alguma coisa diferente, outra alternativa, algo contrario para os clientes, ou seja, não tente ser melhor do que o primeiro, pois a luta será entre o iniciante e o confiável consagrado.

10 – Lei da Divisão
As categorias de produtos vão se dividindo cada vez mais para atingir determinados nichos de consumidores. As empresas cometem um erro quando tentam pegar a marca bem conhecida em uma categoria e usa-la em outra categoria. Um exemplo clássico é o da Volkswagen nos EUA, que lançou a categoria dos carros pequenos e abocanhou 67% do mercado de carros importados nos EUA. Porém logo depois a Volkswagen juntou todos os modelos de carros que produzia na Alemanha (grandes, rápidos e caros) e enviaram para os EUA com a mesma marca. Não deu certo, pois a percepção que os americanos tinham era que a Volkswagen era a melhor empresa de carros pequenos.

11 – Lei da Perspectiva
Podemos avaliar o efeito do álcool como sendo estimulante a curto prazo, pois as pessoas ficam felizes, e dão risadas. Mas a longo prazo seu efeito é depressivo, pois as pessoas ficam caídas na rua e largadas. Muitos movimentos de marketing exibem o mesmo fenômeno. Os efeitos de longo prazo são, com freqüência, exatamente oposto aos efeitos de curto prazo. Uma liquidação a curto prazo aumenta as vendas, mas há cada vez evidências mostrando que, a longo prazo, as liquidações diminuem os negócios por instruir os clientes a não comprar pelos preços regulares. A maior loja de mobília na região da cidade de New York, a Seamans, vinha fazendo liquidações todas as semanas. Há pouco tempo, a Seamans foi à falência.
Marketing

12 – Lei da Extensão de Linha
Geralmente uma empresa de sucesso quer estender sua linha de produtos e acabam perdendo o foco. Quando procuramos ser tudo para todos, é inevitável, acabarmos em dificuldades. Parece tão lógico. Fabricamos A-1, um ótimo molho que tem participação dominante no negócio de bifes. Mas as pessoas estão mudando de carne de vaca para frango, por isso vamos lançar um produto para aves. E que nome melhor par usar do que A-1? Dessa maneira, todos saberão que o molho de aves vem dos fabricantes do ótimo molho de carne A-1. Mas esquecemos que o marketing é uma batalha de percepção, não de produto. Apesar de um orçamento de R$18 milhões de dólares para propaganda, o lançamento do molho de aves A-1 foi um triste fracasso. Apesar da evidencia de que as extensões de linha não dão certo, as empresas continuam a lança-las.
Por que a alta administração acredita na extensão de linha apesar da evidencia esmagadora em contrário? Uma das razões é que, embora a extensão de linha seja um estratégia perdedora a longo prazo, a curto prazo pode ser vencedora; e também devido a uma intensa lealdade a empresa ou marca que cega a administração.
Quem quiser ser bem sucedido hoje, deve se sacrificar de três coisas:
1º: Linha de produtos. Onde está escrito que quanto mais alguém tem para vender, mais vende?
2º: Mercado-Alvo. Onde está escrito que é preciso atrair todo mundo?
Na década de 1950 as vendas da Coca ultrapassavam cinco vezes a venda da Pepsi. O que a Pepsi poderia fazer para atacar a forte posição da Coca? No inicio da década de 60, finalmente a Pepsi sacrificou seu mercado geral, exceto o de adolescentes. Daí então explorou este mercado e hoje ela esta apenas 10% atrás das vendas da Coca nos EUA.
3º- Mudança constante. Onde está escrito que é preciso mudar a estratégia todo ano por ocasião da revisão orçamentária?

13 – Lei de Atributos
É preciso encontrar uma palavra forte e própria para expressar um atributo importante que a empresa tenha. As empresas geralmente imitam o líder, e isto não da certo. É preciso encontrar outros atributos e a partir daí concentrar os esforços da empresa. No creme dental a Crest entrou primeiro e colocou o atributo de combate às cáries, e a partir daí outras empresas deram outros atributos como gosto, brancura, proteção do hálito e bicarbonato de sódio. O Mc Donald’s tem o atributo de rápido. Se a Burguer King tivesse achado outro atributo para combater o Mc Donald’s ao invés de ter tentado tomar o atributo de rapidez, ela teria obtido mais sucesso. Mas o atributo oposto de rápido é lento, e isto para um fast food não funciona. Porém outro atributo que o Mc Donald’s representa é de crianças, então a Burguer King deveria abrir mão deste mercado (sacrifício) e se posicionar para crianças mais velhas. Para fixar o conceito na mente, a Burguer King precisaria de uma palavra que poderia ser “cresça”. (EX: Você ainda é daqueles que chama o papai e a mamãe para tomar um lanchinho. Cresça, venha para o Burguer King).

14– Lei da Sinceridade
Temos que admitir o problema empresarial. Quando a empresa inicia a mensagem admitindo um problema, as pessoas, quase por instinto, tendem a abrir a mente. Pense nas vezes em que alguém veio a você com um problema e com que rapidez você se envolveu e quis ajudar. Agora pense em alguém começando uma conversa sobre as coisas maravilhosas que esta fazendo. É provável que você demonstre um interesse muito menor.
Há alguns anos a Scope entrou no mercado de antissépticos bucais com um antisséptico de gosto bom. E desta forma explorou o gosto horrível da concorrente Listerine. O que a Listerine podia fazer? Com certeza não podia dizer às pessoas que o gosto do Listerine não era tão ruim assim. Isso ergueria uma bandeira vermelha que reforçaria a percepção negativa. Então a Listerine invocou a lei da sinceridade e disse: O gosto que você odeia duas vezes por dia (e firmava a idéia que a Listerine matava uma porção de germes). Os consumidores refletiam que uma coisa com gosto de desinfetante deveria, na verdade matar germes, e o Listerine superou sua crise.
Temos que ter cuidado a usar esta lei da sinceridade. Primeiro falamos o negativo e em seguida fala sobre o positivo do produto/serviço. O propósito não é se desculpar e sim de estabelecer um beneficio que convencera o cliente.

15 – Lei da Singularidade
No marketing, com muita freqüência, há apenas um lugar onde o concorrente é vulnerável. E esse lugar deve ser o foco de toda força invasora. O que da certo no marketing é o inesperado. Não adianta dar tiro para todo qualquer lado sendo que o que resolve mesmo é o tiro certeiro.

16– Lei da Imprevisibilidade
Temos que ficar atentos as novas tendências de mercado e também temos que prever com segurança a ação e reação da concorrência. A IBM desenvolveu um plano maciço de marketing para ligar todos os PC’s a seus computadores de grande porte. Batizou-o de OfficeVision. Contudo, o plano morreu devido a desenvolvimentos na Sun Microsystem, Microsoft e outras empresas. Podemos dizer que o OfficeVision previu tudo, exceto a concorrência.
Um jeito de lidar com o mundo imprevisível é estabelecer bastante flexibilidade na organização. À proporção que a mudança passa velozmente por sua categoria, você precisa estar disposto a mudar e mudar depressa, se quiser sobreviver a longo prazo. 

17 – Lei do Sucesso
Quando as pessoas alcançam o sucesso, tendem a ser menos objetivas. Com freqüência, substituem o que o mercado deseja pelo que elas próprias acham certas. O marketeiro talentoso é aquele que tem capacidade de pensar como pensa seu cliente. Ele se coloca no lugar dos clientes e não impõe sua situação pessoal de visão que tem do mundo. Em vez de conversar sobre as coisas e problemas, é melhor ir lá e ver por si mesmo. Temos que vivenciar mais as coisas que rondam nosso negócio e sermos mais humildes em nossas funções.

18 – Lei do Fracasso
É preciso admitir os erros quando eles ocorrem, repará-los e continuar a caminhada. Temos credito para errar se estivermos aprendendo e tentando algo, mas coitado de quem comete o mesmo erro duas vezes.

19 – Lei do Alarde
Cuidado com os alardes (noticias). Atualmente o maior alarde é sobre os desenvolvimentos que prometem mudar, sozinhos, todos uns indústria, de preferência uma que seja essencial para a economia. Lembre-se do alarde sobre o helicóptero, depois da Segunda Grande Guerra. Toda garagem teria um helicóptero, tornando obsoletas, da noite para o dia, estradas, pontes e a indústria automobilística. E você, comprou o seu? Depois surgiu o alarde da casa pré-fabricada. O produto mais caro que a família compra, agora podia ser fabricado na linha de montagem, revolucionando a indústria da construção. Você já comprou a sua casa pré-montada?
As verdadeiras revoluções não chegam ao meio-dia em cobertura dos noticiários de televisão, elas chegam sem ser anunciadas, no meio da noite, de forma sorrateira.

20– Lei da Aceleração
Temos que ficar atento para que o nosso produto/serviço não vire uma coqueluche, e sim uma tendência. Os brinquedos das tartarugas ninjas foi uma coqueluche passageira, que durou enquanto o desenho estava em alta, mas depois logo caiu a venda. Já a boneca Barbie se transformou em uma tendência, pois foi criada exatamente para isto, e não tinha nenhum outro vinculo com outra área. 

21 – Lei dos Recursos
De nada adiante ter uma boa ideia se não existe recurso financeiro para atingir a mente do cliente. Você progredirá mais com uma ideia medíocre e um milhão de dólares do que só com uma grande ideia. Se você tiver uma grande ideia e não tiver suporte financeiro suficiente para implantá-la, o concorrente irá roubar sua ideia e se beneficiara com isto.

22 – Lei da Relevância
É muito importante saber que o marketing é uma batalha de percepções que os clientes fazem. Geralmente o que (ou quem) entra primeiro no mercado penetra primeiro na mente do consumidor, e assim se torna líder.

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