sábado, 18 de fevereiro de 2017

Sobre os Custos de Embalagem

Custos de embalagensUm dos objetivos da Logística é movimentar bens sem danificá-los. As embalagens e os dispositivos de movimentação, na Logística, têm como principais objetivos facilitar o manuseio e a movimentação, bem como a armazenagem, garantir a utilização adequada do equipamento/veículo de transporte, proteger o produto e prover o valor de reutilização para o usuário.
Esse elemento de custo. geralmente, é classificado em dois tipos:
1- embalagem para o consumidor, com ênfase em marketing;
2- embalagem voltada às operações logísticas (transporte e armazenagem).

Há três tipos principais de embalagem:

(a) invólucros diversificados, como caixas de madeira ou papelão, sacas, tambores etc., que são   os mais comuns, onde são movimentados sem outro invólucro especial
(b) paletes, são estrados de madeira, plástico (slip sheets) ou metal (shrink), necessitando de  empilhadeiras para mover a carga para o transporte;
(c) contêineres, caixas grandes fechadas, normalmente de aço ou alumínio, utilizadas, principalmente, na importação e exportação de produtos.

Essas embalagens são chamadas de embalagens secundárias, por agrupar produtos em unidades ou cargas maiores para formar um só volume. Para facilitar o manuseio ou transporte, tem-se a unitização da carga, que pode ocorrer em contêineres, transportados em vagões ferroviários abertos, em chassis rodoviários, em navios ou grandes aeronaves.

Para otimizar a cadeia logística. é importante padronizar a embalagem para reduzir o custo de transporte, manuseio, movimentação e armazenagem. O contêiner é uma forma de padronizar a embalagem, visando a aumentar a eficiência do manuseio e movimentação dos materiais. Como o investimento em contêineres é alto, o armador cobra um aluguel e. se é ultrapassado o tempo contratado, existe multa pelo atraso na devolução.

A embalagem, de qual tipo for, impacta o custo de diversas atividades logísticas:

• O controle de estoque depende da identificação que, normalmente, é afixada na embalagem do produto;
• Viabiliza a rapidez na separação dos pedidos pela identificação e facilidade no manuseio;
• O custo de manuseio e movimentação do produto depende da capacidade de unitização e das técnicas aplicadas;
• Os custos de transporte e de armazenagem são influenciados pelas dimensões e densidade das unidades embaladas;
• A qualidade do serviço ao cliente, também, depende da embalagem, para manter especificações de qualidade durante a distribuição, e atender às legislações ambientais vigentes.

Os custos de embalagens e dispositivos de movimentação para o fabricante das embalagens englobam custos variáveis com materiais tais como: madeira, papelão, plástico. aço, ferro. entre outros, e  os custos tributários inerentes (não recuperáveis).

Os custos fixos, no fabricante, são relacionados à mão-de-obra envolvida na produção das referidas embalagens os custos com pesquisa e desenvolvimento destas, devendo contemplar, ainda os custos com a depreciação e manutenção dos equipamentos utilizados na produção das embalagens.

Na empresa usuária da embalagem, esses custos são incorporados ao estoque de matéria-prima quando estão associados à obtenção de materiais pela Logística de Abastecimento; e considerados custos indiretos de fabricação quando associados às operações de produção (suporte da Logística de Planta); ou custos de distribuição, na Logística de Distribuição. As embalagens retornáveis, que requerem investimentos significativos, muitas vezes são contabilizadas no Ativo Imobilizado e aparecem no Balanço Patrimonial, gerando custos de oportunidade sem esses ativos.

Os usuários da embalagem no sistema logístico podem considerá-la como custo variável nas cadeias de abastecimento ou distribuição, pois dependem do volume movimentado/transportado; ou, também, ser considerada como custo direto aos objetos de custeio a serem analisados, tais corno, por exemplo, cadeia, cliente ou canal de distribuição, quando é possível identificá-la ao referido objeto.

Um dos trade-offs mais relevantes entre o custo unitário da embalagem dá-se com o transporte, em função da otimização cúbica. Pode-se imaginar uma economia de custos no transporte internacional proporcionada por 20% a mais de peças na mesma área cúbica, com embalagens que possibilitem, também, como é óbvio, uma utilização ótima do contêiner. Outro trade-off do custo de embalagem pode ocorrer com os custos  de armazenagem, em função da alocação física dos materiais/produtos a serem acondicionados.

EmbalagensQuanto maior o grau de proteção dado às embalagens usadas no manuseio e transporte dos produtos, maior será o seu custo. Em compensação, o aumento do custo de embalagens pode resultar em diminuição nos custos de avarias, perdas e danos nos produtos. Se ocorrer o contrário, reduzindo os custos de embalagens pode diminuir a proteção do produto e, consequentemente, aumentar os custos em perdas e danos dos produtos.

A embalagem deve ser analisada e projetada em função de sua movimentação e utilização na cadeia logística e não, como frequentemente ocorre, condicionando a cadeia aos tipos de embalagem preexistentes. Significa que, eventualmente, o maior custo de uma embalagem pode resultar em importante redução do custo total da cadeia em que ela é utilizada.

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