Breve histórico - Cronotacógrafo
Usado para monitorar o trânsito de ônibus e caminhões, o cronotacógrafo inicialmente era utilizado em trens. O instrumento de medição de velocidade, tempo e distância foi criado no século XIX pelo alemão Max Maria von Weber.
O cronotacógrafo é um instrumento que registra velocidade, tempo e distância percorrida por um veículo. Os veículos de carga com peso bruto acima de 4.536 quilogramas e os veículos de passageiros com mais de 10 (dez) lugares são obrigados pelo Código de Trânsito Brasileiro a possuir cronotacógrafo. O aparelho registra dados importantes em um disco diagrama (tacógrafo), de papel especial, instalados no próprio cronotacógrafo. O disco diário é único, enquanto o semanal é composto por 7 (sete) discos interligados.
Legislação
O disco diagrama tem suas características, funcionamento, aplicação e armazenamento definidos na legislação e normas técnicas. Dentre elas podemos citar a “Resolução CONTRAN 92/99”, o “Regulamento Técnico Metrológico do INMETRO, definido pela portaria 201/04” e as “Normas ABNT 15365 e 15266-1/16”.
Vantagens: Registra de forma contínua, instantânea e inalterável a operação de veículos e possibilita a reconstrução da viagem; Permite acesso aos dados registrados a qualquer tempo e lugar; Leitura dos dados é direta e universal, isto é, não necessita de equipamentos especiais.
Leitura de Tacógrafo
O disco de tacógrafo possui um sistema de horas, sendo a base do sistema analise do disco.
1° Passo: As horas do disco estão ao redor da borda externa de todo o disco e logo abaixo também, como indicam as setas em vermelho (15 horas), cada “risco”, após o horário, equivale a 5 minutos.
O disco esta dividido em cores para melhor visualização. Analisaremos o disco a partir do horário mencionado, 15 horas (marcado pelas setas vermelhas), assim traçaremos uma reta do horário da borda do disco até o horário de baixo perto do centro do disco, como mostra o risco em vermelho (velocidade), depois continuaremos no azul (tempo de direção) e depois no amarelo (distância).
O exemplo do disco está separado pelas seguintes cores: Vermelho - Velocidade; Azul - tempo de direção; Amarelo - Distância |
2° Passo: Temos o disco com o gráfico da velocidade, onde as setas a esquerda (amarelo) indicam a velocidade. A primeira linha pontilhada equivale 20 KM/h, a segunda equivale a 40 KM/h, a terceira equivale a 60 KM/h , e assim sucessivamente. No próprio disco vem especificado os valores correspondente a cada velocidade, como mostra na figura circulado em preto.
Então, cada vez que a marcação do gráfico subir, significa que a velocidade do veículo esta subindo. Como exemplo, no gráfico acima a velocidade máxima atingida foi de 90 KM/h seta azul; chegamos a esta conclusão, pelo fato da marcação do gráfico estar entre a velocidade de 80 KM/h e 100 KM/h. Quando o gráfico marcar a parte de baixo do disco perto dos pontos dos horários, seta preta, com uma linha horizontal, significa que o veículo não teve velocidade alguma, ou seja, ficou parado.
Lembrando sempre que os horários do disco representa a hora certa de cada marcação de velocidade, exemplo com a velocidade máxima de 90 KM/h no gráfico acima foi atingida as 11h 40min, seta laranja.
3° Passo: Vamos analisar o gráfico de tempo, a parte azul. A única informação que conseguimos observar com este gráfico é se o veículo se movimentou e o horário do movimento.
Onde esta apenas uma linha horizontal, seta vermelha, é que o veículo não se movimentou, mas onde esta uma linha “alta” seta verde, é que ele atingiu alguma velocidade; Lembrando que qualquer velocidade acima de 1 KM/h, ele já registra com uma linha “alta”.
4° Passo: Agora vamos analisar o gráfico de distância, o amarelo, que tem como objetivo saber exatamente quantos quilômetros foi rodado em determinado tempo.
No gráfico da distância, temos duas linhas pontilhadas superior e duas inferior, na primeira linha pontilhada superior, seta preta, até a ultima linha pontilhada inferior, seta preta, equivale a 5 KM.
A cada risco completo equivale a 5 KM, acima, tem um exemplo, da seta vermelha até a seta preta, equivale a 5 KM e da seta preta até a seta verde equivale a mais 5 KM, e assim sucessivamente, como visto na imagem abaixo.
As duas linhas tracejadas paralelas, tanto as superiores quanto as inferiores, entre elas equivale a 1 KM, e já que sabemos que temos 10 linhas completas somadas ( 10 x 5 KM = 50 KM), agora precisamos analisar quanto vale as duas linhas incompletas.
A linha não completa esta iniciada acima da linha dupla que representa 1 KM, significa que dos 5 quilômetros que representa uma linha completa, você desconta 1 KM e assim você terá um total de 4 KM percorrido, como as duas linhas não completas pararam na mesma posição, isso significa que 4 Km + 4 KM = 8 KM e se somarmos aos 50 KM das linhas completas temos:
50 KM + 8 KM = 58 KM rodados.
50 KM + 8 KM = 58 KM rodados.
5º Passo: Analisando a figura abaixo, podemos observar um traço de cima (extremidade) do disco até a parte de baixo (inferior) do disco, uma reta na vertical preta, indicado pela seta vermelha.
Este risco traçado pelo aparelho no disco informa que o aparelho em determinado momento foi aberto. Como demostrado, no disco de diagrama do exemplo, às 05:15 o aparelho foi aberto.
Informações existentes e obrigatórias no disco diagrama
Com relação às informações contidas no disco diagrama, a resolução 92/99 do CONTRAN, estabelece:
a) Indicações impressas nos discos diagrama:
· Nome do fabricante;
· Escalas de leitura;
· Limite superior da velocidade registrável, em quilômetros por hora.
b) Espaço livre que permita ao condutor a inscrição de, pelo menos, as seguintes indicações:
· Nome do condutor ou número do prontuário;
· Data e lugar do início da utilização do disco;
· Número da placa do veículo;
· Quilometragem inicial;
· Quilometragem final;
. Total de quilômetros.
Tipos de Tacógrafos
Existem dois tipos de discos de tacógrafos:
Diário – O disco de tacógrafo diário tem por objetivo como o próprio nome diz, ter uma duração mínima de um dia, ou seja, 24 horas ininterruptas, caso passe deste período as agulhas farão uma marcação dupla no mesmo disco, e continuaram a marcar até que seja substituído por um novo.
Semanal – O disco de tacógrafo semanal como o próprio nome já diz, tem o objetivo de permanecer durante um período mínimo de 7 dias dentro do Tacógrafo, ou seja, 168 horas ininterruptas, neste caso se ultrapassar este período, as agulhas não farão marcação dupla, na verdade não farão marcação alguma e corre o risco de danificar as agulhas do aparelho.
O disco semanal de 7 discos, tem em seu centro uma marcação de numeral de 1 a 7, e cada disco tem uma furação em seu número correspondente a sua posição, informação esta que o agente fiscalizador observa e conta os discos.
O disco a seguir é um disco DIÁRIO de 125 KM da fabricante DML como exemplo. Mas sendo aprovado pelo INMETRO tanto faz a fabricante.
Suas características são:
* Centro em formato oval.
* O campo de sinalização da horas corresponde um total de 100% do disco ou 360°.
* Não necessita de presilha ou anel de trava de disco.
* Utilizado em aparelhos diários de qualquer fabricante homologado pelo INMETRO no Brasil de 125 KM 12 ou 24V.
O disco a seguir é um disco SEMANAL de 125 KM da fabricante DML como exemplo. Mas sendo aprovado pelo INMETRO tanto faz a fabricante. Suas características são:
* Centro em formato circular (furo).
* O campo de sinalização da horas não ocupa todo o disco, corresponde a mais ou menos um campo de 340°, este espaço é para que a faca de corte possa adentrar neste espaço, fazer o corte e inutilização do disco, e passar a marcar no próximo disco que esta logo abaixo.
* Necessita de presilha ou anel de trava de disco, normalmente se encontra no próprio aparelho.
* No centro do disco de diagrama, pode ser observado numerações que variam de 01 a 07 ou de 01 a 08 em alguns casos.
* Utilizado em aparelhos semanais de qualquer fabricante homologado pelo INMETRO no Brasil de 125 KM 12 ou 24V.
O disco a seguir é um disco DIÁRIO de 180 KM da fabricante DML como exemplo. Mas sendo aprovado pelo INMETRO tanto faz a fabricante.
Suas características são:
* Centro em formato oval.
* O campo de sinalização da horas corresponde um total de 100% do disco ou 360°.
* Não necessita de presilha ou anel de trava de disco.
* As medidas em diâmetros este disco é igual a todos os outros, com uma diferença em seu gráfico, as linhas são mais próximas umas das outras, no que diz respeito a marcação de velocidade KM/H.
* Utilizado em aparelhos diários de qualquer fabricante homologado pelo INMETRO no Brasil de 180 KM 12 ou 24V.
O disco a seguir é um disco SEMANAL de 180 KM da fabricante VDO como exemplo. Mas sendo aprovado pelo inmetro tanto faz a fabricante.
Suas características são:
* Centro em formato circular (furo).
* O campo de sinalização da horas não ocupa todo o disco, corresponde a mais ou menos um campo de 340°, este espaço é para que a faca de corte possa adentrar neste espaço, fazer o corte e inutilização do disco, e passar a marcar no próximo disco que esta logo abaixo.
* Necessita de presilha ou anel de trava de disco, normalmente se encontra no próprio aparelho.
* No centro do disco de diagrama, pode ser observado numerações que variam de 01 a 07 ou de 01 a 08 em alguns casos.
* As medidas em diâmetros este disco é igual a todos os outros, com uma diferença em seu gráfico, as linhas são mais próximas umas das outras, no que diz respeito a marcação de velocidade KM/H.
* Utilizado em aparelhos semanais de qualquer fabricante homologado pelo INMETRO no Brasil de 180 KM 12 ou 24V.
Recomendações com os Discos de Diagrama Diário
Não tente reutilizar os discos já utilizados, mesmo que o veículo ficou parado por dias, o aparelho faz uma marcação que identifica e inutiliza o disco.
Não utilize o disco diário em um aparelho semanal, as disposições das marcações do disco diário, não correspondem com o registrador semanal, e dificilmente a trava de disco de diagrama prenderá o disco.
Evitar deixar o disco diário dentro do aparelho de um dia para outro, pois o aparelho faz anotações constante e as informações ficarão sobrepostas uma das outras, sendo impossível identificar a atual a do dia anterior.
Evite deixar o aparelho sem disco de diagrama.
Recomendações com os Discos de Diagrama Semanal
Não tente reutilizar os discos já utilizados, mesmo que o veículo ficou parado por dias, o aparelho faz uma marcação constante que identifica e inutiliza o disco.
Não utilizar os discos no aparelho semanal sem a trava (presilha plástica), constante nos aparelhos.
Não há problemas em deixar o disco de um dia para outro, pois quando termina a utilização total de todos os discos, o local onde as agulhas ficam não tem contato mais com o disco, devido a abertura na folha de disco de diagrama, especifica do conjunto de discos semanal.
Não utilize um disco semanal em um aparelho diário, além de não caber, o aparelho diário não possui a trava de disco de diagrama.
As disposições dos horários no disco semanal não coincidem com o registrador diário.
Não tente desmontar um conjunto de discos de diagrama semanal, para montar outro, os conjuntos tem uma guia lateral que mantem os discos unidos, e no centro do conjunto a uma numeração entre 1 a 7 ou 1 a 8 que identifica o primeiro até o ultimo disco, é feita uma furação em cada um deles para identificação.
Caso você tente montar um novo disco, corre o risco de o disco correr de desencontro com os outros e as anotações ficarem em desacordo, pode ser que no conjunto constem 2 discos número 1 um disco número dois e assim sucessivamente.
Evite deixar o aparelho sem disco de diagrama.
No ato da fiscalização o verso do disco diagrama deve ser vistado pelo agente fiscalizador colocando a sua identificação, data, local e horário da fiscalização. No caso dos discos 7D recomenda-se que o visto seja dado no verso do conjunto e que seja mencionado qual dos sete discos foi verificado;
O disco diagrama deve ser guardado pelo prazo de 90 (noventa) dias, em condições normais de uso, ou por 01 (um) ano em caso de acidentes com vítimas. Recomenda-se que os discos sejam guardados pelo prazo legal estipulado pelas leis trabalhistas ou enquanto durar o processo de investigação em caso de acidentes.
Confira este post também: As Funções do Transporte no Setor Logístico
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