Sabemos de longa data que o TRC
(Transporte Rodoviário de Cargas) é o modal mais utilizado no País,
principalmente devido a boa disponibilidade (apesar de parte da frota estar
obsoleta) e mobilidade (porta-a-porta), embora tenha o custo elevado se
comparado a outros modais e as más condições de parte das estradas.
Bem, já que temos que aceitar por muito tempo a liderança deste modal, pelo menos que o façamos da maneira mais correta possível.
Bem, já que temos que aceitar por muito tempo a liderança deste modal, pelo menos que o façamos da maneira mais correta possível.
- É importante que o embarcador tenha uma boa noção da formação dos preços e se prepare para discutir tecnicamente com o transportador:
- É solicitada ao transportador ou pesquisada alguma outra fonte para se ter idéia do percentual que representa cada item da composição de custos de transportes?
- Ao contratar é definido o valor mínimo e máximo que deveria ser pago?
- É avaliado o impacto da idade e condições do veículo no custo total?
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Qualidade dos serviços - no ímpeto de reduzir custos podemos estar deixando de
lado a qualidade ou segurança:
- Os indicadores de qualidade de serviços e reclamações dos clientes quanto a entrega são avaliados periodicamente?
- Desde o início das negociações está caracterizada a meta para a relação entre custo e benefícios (nível de serviço) desejada?
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Produtividade - alguns fatores geram impacto nos custos e devem ser avaliados:
- A ocupação do veículo (peso, volume, e valor do material transportado), pois gera economia para o embarcador;
- O aproveitamento do veículo (relação entre o tempo em trânsito e o disponível), pois o tempo de espera (filas) impacta diretamente sobre o custo fixo e o transportador “considera” no preço.
4 Gerenciamento de riscos - entenda bem este item, pois
normalmente não é destacado na planilha de custos:
- Escolta, consulta a cadastro de motoristas e ajudantes estão considerados?
- O rastreamento está incluso e qual a periodicidade do envio das informações?
- O seguro da carga tem limites razoáveis e em que condições é necessária a escolta ou o rastreamento?
5 Tecnologia da informação - existem softwares para
apoiar a gestão de transportes, conhecidos no mercado como TMS (“Transportation
Management System”, sistema de gerenciamento de transportes), composto pelos
seguintes módulos:
- Rastreador: é normalmente usado para segurança, porém também serve para o controle logístico;
- Roteirizador: otimiza as distâncias a percorrer e a ocupação dos veículos (peso, volume e valor);
- Controle que para o embarcador serve para verificar as cobranças emitidas pelo transportador.
- É considerado quando avaliamos custos de manutenção, consumo de combustível e de pneus?
- É considerado quando avaliamos a qualidade de serviço (avarias e prazo de entrega)?
- Compartilhar com a transportadora os seus planos (volumes, origens, destinos, etc.) e principalmente o que se espera dela;
- Na proposta técnica solicitar a capacitação (instalações, equipamentos, TI, RH, etc.), principais clientes e situação financeira;
- Para a proposta comercial definir o modelo (carga fracionada ou fechada, paletizada ou estivada, etc.), a forma de pagamento (peso, volume, distância por faixas ou estados, percentual sobre o valor, etc.) e os componentes do frete (tabela, ad-valorem, escolta, CTRC, etc.);
- Sumarizar e classificar.
8 Contratação - após a fase de seleção defina três finalistas
:
- Equalize cada proposta técnica e comercial e solicite uma revisão final;
- Contate os clientes indicados e as demais referências;
- Defina os indicadores que irão servir como base para a avaliação;
- Apenas nesta fase inicie as negociações;
- Ao assinar o contrato não se iluda, os problemas apenas começaram.
9 Indicadores de desempenho - é através deles que iremos
avaliar o desempenho, corrigir desvios e melhorar continuamente:
- Cada um dos indicadores é claramente definido (fontes, fórmulas, periodicidade, responsável, circulação, etc.)?
- O transportador sabe como e quando será avaliado e o que se espera dele?
- Entenda a planilha de custos e nunca se esqueça da qualidade dos serviços;
- A conclusão da negociação deve ficar para a última fase.
Caros leitores, eu ficaria muito feliz se lembrassem de avaliar, mesmo que
superficialmente, estas dicas, pois seria muito bom para o embarcador e
certamente o transportador iria agradecer.
Autor: Antonio Carlos da Silva Rezende - 2010
Gerente da IMAM Consultoria. É autor
de diversos livros e instrutor de cursos relacionados à área de logística.
www.imam.com.br
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